Resenha – Livro Deusa no Labirinto
Os elfos sofrem em Tormenta desde que o mundo é mundo (ou pelo menos desde que o cenário de Tormenta nasceu…)
O livro A Flecha de Fogo trouxe uma grande reviravolta no conceito do que os elfos e os globinóides parecem representar no cenário. Lá, fica evidente que orcs, bugbears, hobglobins e goblins não são povos bárbaros que querem apenas destruir o mundo, eles têm um propósito. O livro é uma grande apresentação desse novo conceito, um novo ponto de vista sobre costumes desses seres.
Em a Deusa no Labirinto, isso também é bastante evidente. Inicialmente no livro apresenta todos os costumes da raça que vive a noroeste de Arton, os minotauros. No livro, Karen Soarele mostra toda a particularidade militar da raça táurica artoniana. Desde sua idolatria aos generais até a imposição de respeito que os maiores colocam sobre os fracos.
Se tivesse que explicar o livro todo em apenas uma palavra, seria ‘Escravidão”.
O termo aparece muitas vezes no livro e na parte inicial dele é abordado todo esse comportamento da sociedade táurica refletida em forma de ordem sobre os desprovidos de força. Isso fica bem claro quando é descrito o Gueto élfico existente em Tiberus, capital do reino de Tapista.
O livro conta a história de Gwen, alguns vão reconhecer ela do conto A Última Noite em Lennórienn e do suporte que ela deu a Christian em A Joia da Alma (caso ainda não tenham lido ainda, recomendamos…), e sua busca pela libertação dos males criados pela sociedade táurica.
O grupo marcado no livro A Joia da Alma retorna… O guerreiro Christian, a medusa Verônica, o goblin Dok (que também aparece no conto A Última Noite em Lennórienn), o lefou Ichabod e o grifo Fuligem, que inicialmente não estão unidos, mas com o desenvolver da história se unem a Gwen para derrubar o reino dos minotauros.
A princípio, o livro é uma grande demonstração da sociedade táurica militar. Como são as famílias, os escravos, os militares e suas rotinas. Inicialmente eu achei meio monótono o livro, apesar de saber que os acontecimentos ali apresentados iriam mudar o cenário, eu me forcei por muitas vezes a continuar a leitura e me orgulho de não ter abandonado o livro.
A imensa mudança que acontece de forma repentina no livro é bem empolgante. A forma como a Karen Soarele muda a dinâmica do livro é impressionante. Em um determinado momento um grupo está em uma sala conversando e 20 páginas depois tem um monstro destruído tudo o que vê pela frente.
O capítulo do Coliseu é o divisor de águas do livro. Ou como a boa e velha expressão diz “dali só foi ladeira abaixo”.
O que acontece depois afeta gravemente o panteão de Arton, além dos elfos e sua guerra interna sobre o amor pela sua deusa criadora Glórienn. E falando em divindades, Tauron (claro que não poderia faltar o Deus dos minotauros), Sszzaas e Tanna-Toh também aparecem em alguns momentos do livro. Momentos essenciais diga-se de passagem.
Deusa no Labirinto é um novo marco para o cenário. Novidades quase que inesperadas e a grande lacuna deixada após o termino do livro, só será explicado no lançamento do livro oficial de T20.
Douglas “Aurelius” Dias